A Cia Rústica surge em 2004 (Porto Alegre- RS), como uma zona autônoma de trabalho entre artistas plurais. É um dos núcleos teatrais mais atuantes da cidade, desenvolvendo uma trajetória de investigação consistente, projetos relevantes, espetáculos premiados e reconhecidos pelo público. Investiga o teatro como espaço de encontro, a cena como experiência e mecanismo de conexões, dentro da perspectiva de uma ética da festividade na criação cênica: uma ética do encontro e da diversidade, que celebra o corpóreo, o prazer e o próximo, entendo a festa como forma de negociar com a morte e reinventar o mundo. Busca um pensamento não dissociado do corpo, diálogos entre arte e política, trânsitos entre humor e poesia, navegações entre a rua e o palco, combinando diferentes recursos na composição cênica – música, vídeo, dança, palavra, corpo, real, ficção – em uma celebração da rede polifônica que alimenta a cena contemporânea.
O primeiro projeto da Cia foi Em Busca de Shakespeare, uma das iniciativas de maior destaque na cena gaúcha nos últimos anos, investigando uma linguagem contemporânea em diálogo com a tradição de uma forma cênica vigorosa. Levou à cena Macbeth (2004), Sonho de Uma Noite de Verão (2006) e A Megera Domada (2008), além de promover oficinas, debates, ensaios abertos e apresentações em espaços não convencionais e para espectadores de distintos grupos sociais, buscando a ampliação dos campos de ação artística.
Em 2010, a Cia inicia a Trilogia Festiva, composta por três montagens: Clube do Fracasso (2010), Natalício Cavalo (2013) e Caóticas (ainda por existir). São espetáculos com dramaturgia desenvolvida durante o processo de ensaios que transitam entre memória e presente, corpo e palavra, real e teatralidade, política e poesia, incorporando vídeo, música ao vivo, dança, vestígios documentais e matéria biográfica. Financiamento Prêmio Funarte Myriam Muniz 2009 e 2012, várias indicações e premiações no Açorianos e Braskem em Cena.
Além da Trilogia, em 2010 a companhia estreia o projeto Trânsitos, infiltrações poéticas pelas ruas da cidade, investigando possibilidades de intervenção urbana.
Desvios em Trânsito (Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua 2009) é uma intervenção realizada em centros urbanos que propõe desvios nas trajetórias retilíneas do cotidiano. Cidade Proibida, convívio cênico em parques e praças que tornam-se proibidos durante a noite, estreou em 2013 e realizou diversas apresentações em Porto Alegre, Crato e estado de São Paulo. (Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua 2012 – Prêmio Braskem em Cena 2015 Melhor Espetáculo Júri Popular). Em 2015, estreia Feito Criança, uma experiência de dança na rua, no Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre.
Em 2017, estreia Fala do Silêncio, Amor Naufrágio e Rock and Roll, que realizou várias temporadas em Porto Alegre, recebendo o Prêmio Braskem Em Cena de Melhor Espetáculo e de Melhor Atriz. (este espetáculo só realizado em 2017, devido à partida do nosso companheiro Leonardo Machado).
Ainda em repertório, o espetáculo O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só (financiamento Fumproarte, estreia em 2011), solo com Heinz Limaverde que participou de eventos em todo país (incluindo o Palco Giratorio Nacional Sesc 2013).
Em 2018, a Rústica insiste na criação artística como ação no mundo, com a estreia de três montagens: Tremor – Sobre como as coisas foram chegar nesse ponto (texto de Maria Milisavljevic, edital do Projeto Transit do Instituto Goethe Porto Alegre), Boca no Mundo (solo sobre a palavra que somos) e Desmedida Naichty Club (com Heinz Limaverde).
Em 2019, estreia o espetáculo Picadeiro Faz de Conta, para crianças.
PATRÍCIA FAGUNDES
Encenadora e professora de Direção Teatral no Departamento de Arte Dramática e no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS. Doutora em Humanidades- Ciencias del Espectáculo pela Universidad Carlos III (Madri). Mestre em Direção Teatral pela Middlesex University (Londres), Bacharel em Direção Teatral (DAD/ UFRGS). Como profissional destacada da cena gaúcha, mantém intensa atividade, dirigindo e produzindo espetáculos, performances e eventos, entre eles: Tremor (Projeto Transit 2018), Desmedida Naichty Club (Convite Instituto Ling 2018), Boca no Mundo (2018), Fala do Silencio (Premio Braskem em Cena Melhor Espetáculo 2017) Feito Criança (2015), Cidade Proibida ( 2013), Natalício Cavalo ( Prêmio Braskem em Cena Melhor Espetáculo 2013), Coração Randevú (2012 – indicação ao Prêmio Açorianos de Direção e Espetáculo) O Fantástico Circo Teatro de um Homem Só (2011 – Prêmio Açorianos de Melhor Direção e Melhor Figurino), Clube do Fracasso (Indicação ao Açorianos 2010 de Melhor Direção, Espetáculo e Produção – Prêmio Açorianos de Melhor Dramaturgia e Melhor Espetáculo Júri Popular), Desvios Em Trânsito (intervenção urbana), A Megera Domada (Indicação ao Açorianos 2008 de Melhor Direção, Espetáculo e Produção – Prêmio Açorianos e Braskem de Melhor Ator e Melhor Atriz), Sonho de Uma Noite de Verão ( Prêmio Açorianos Quero-Quero e Braskem 2006 de Melhor Direção, Espetáculo e Trilha Sonora), Macbeth (Indicação ao Açorianos 2004 de Melhor Direção e Produção), Pandolfo (Indicação ao Tibicuera 2005 de Melhor Direção e Espetáculo), O Beijo no Asfalto (Indicação ao Açorianos 1998 de Melhor Direção e Espetáculo, Prêmio de Melhor Produção), O Bandido e o Cantador (Indicação ao Açorianos 1996 de Melhor Direção), O Jantar (1995), Até Segunda Ordem (1993).
Adorei viu participar da oficina de teatro aqui em goiania ! do festival cena gaucha ! Obrigado !
muito bom para meu crescimento pessoal e profissional ! grande talento são vocês.
Adoramos também estar aí em Goiânia! obrigada pelo seu retorno. abraço
Meus parabéns pelo espetáculo CLUBE DO FRACASSO acompanhei ontem aqui em Caxias do sul, muito bom mesmo continuem assim.
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